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18 de junho de 2008

100 ANOS DA IMIGRAÇÃO JAPONESA



Na primeira metade do século 19 as primeiras correntes migratórias japonesas começaram a chegar ao Novo Mundo: em 1868 chegaram ao Havaí 153 imigrantes e no ano de 1898 ao Peru.

No Brasil, a imigração japonesa começou oficialmente em 18 de Junho de 1908, com o aportamento do navio KASATO MARÚ, em Santos-SP, trazendo 158 famílias, no total de 781 pessoas.

A história da imigração japonesa no Brasil está intimamente ligada à produção de café no Estado de São Paulo. Com o fim do regime escravocrata, vigente até quase o final do século XIX (1888),e continuando a expansão da lavoura cafeeira, as fazendas paulistas apresentavam uma crescente carência de braços. Daí, o interesse dos fazendeiros em obter mão-de-obra européia e asiática.

A corrente imigratória japonesa no Brasil orientou-se basicamente para o meio rural, calcula-se que entre os anos de 1908 e 1958 aproximadamente 210.000 japoneses entraram no Brasil, deste total aproximadamente 75% se concentraram no interior do Estado de São Paulo.

Aqui chegando, os colonos pioneiros encontraram dificuldades inimagináveis em seu país de origem, como condições de trabalho duríssimas, herança de um regime escravocrata, além do choque cultural, resultante principalmente do desconhecimento do idioma português, doenças tropicais e dieta alimentar. A grande maioria imaginava conseguir uma reserva financeira que lhe permitisse, dentro de certo tempo, retornar ao Japão, todavia com o passar do tempo se davam conta de que isso não seria possível. Ao mesmo tempo perceberam que havia possibilidade de adquirir terras a preços acessíveis, nas áreas onde a lavoura do café, atingida pela crise mundial de 1929, tornou-se decadente.

Com o passar do tempo, os imigrantes que aqui se fixaram e seus descendentes, passaram a ocupar lugar de destaque na cultura nacional brasileira em diversos campos, tais como o social, o político, o econômico e até mesmo o filosófico-religioso.

No que se refere à agricultura são enormes as contribuições do grupo japonês quanto ao uso correto do solo; a introdução novas plantas como o rabanete, a cebolinha, a poncã, acelga ou couve japonesa, a seda, etc., e melhoria de outras já existentes no país, tais como o chá, a pimenta-do-reino, a juta, algodão, tomate, caqui, ameixa, uva, pera, etc.; melhoria da tecnologia de produção; a produção de sementes selecionadas e mudas; organização de granjas; organização da comercialização de produtos agrícolas e o cooperativismo.

Além de se dedicarem a agricultura, a partir de 1930, os japoneses se dedicaram a outras atividades como a compra e venda de cereais, corretagem de imóveis rurais, montagem de oficinas, comércio e atividades industriais.

A simbiose entre as culturas brasileira e japonesa começou com uma corrente imigratória que atravessou o globo terrestre para aqui aportar. Hoje não existe apenas a presença física dos japoneses e seus descendentes, há também uma significativa influencia cultural que modificou de forma profunda o jeito de pensar e fazer o Brasil.


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