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16 de dezembro de 2009

DOENÇAS RELACIONADAS A FALTA DE SANEAMENTO CRESCEM COM AS ENCHENTES NA RMSP


Mal ''de enchente'' causa 263 surtos/ano

Eduardo Reina

Jornal O Estado de São Paulo - 15/12/2009

"É grande o risco de contrair leptospirose, hepatite A, diarreia, febre tifoide. Aquilo tudo é um esgoto a céu aberto. Essas pessoas precisavam tomar vacina contra hepatite, antibiótico contra leptospirose. Mas parece que isso não está acontecendo", alerta o infectologista Timerman.


O número de doenças relacionadas à falta de saneamento básico adequado vem crescendo na Região Metropolitana de São Paulo - o que fica claro quando ocorrem enchentes. Nos bairros periféricos, são registrados surtos de hepatite A e de doenças diarreicas. A contaminação pode acontecer pelo contato com água poluída, com urina, fezes humanas ou de animais, por bactérias ou vírus.

Doenças transmitidas por água são responsáveis por mais de 63% das internações pediátricas no Sistema Único de Saúde (SUS) no verão, de acordo com o infectologista Arthur Timerman, do Hospital Albert Einstein e do Instituto Trata Brasil.

Grave exemplo é a situação do Jardim Romano e adjacências, na zona leste, cujos moradores convivem há uma semana com água misturada com esgoto. "É grande o risco de contrair leptospirose, hepatite A, diarreia, febre tifoide. Aquilo tudo é um esgoto a céu aberto. Essas pessoas precisavam tomar vacina contra hepatite, antibiótico contra leptospirose. Mas parece que isso não está acontecendo", alerta Timerman.

O médico ressalta que casos de leptospirose devem começar a aparecer nesta semana, pois o período de incubação da doença é de cinco a sete dias. "Casos de hepatite A começarão a surgir entre duas e quatro semanas."

Só na cidade de São Paulo, de 1º de janeiro até 3 de dezembro, foram notificados 263 surtos de doenças transmitidas por água e alimentos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A região sul foi a que mais teve problemas, com 49% dos registros. A região norte obteve 21%; a centro-oeste, 13%; a sudeste, 12%; e a leste, 5%.

O biólogo e professor do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da USP José Luiz Negrão Mucci diz que há subnotificação para casos de doenças veiculadas por fator hídrico provocadas pela falta de saneamento. "Existem poucos registros dessas doenças porque você vai com diarreia para o médico e o diagnóstico é de verminose. É difícil relacionar doenças diarreicas com água."

No ano passado, foram registrados oito surtos e 30 casos de hepatite A na capital. Neste ano, já são 15 surtos e 59 casos confirmados. Já as doenças diarreicas registradas em todo o Estado passaram de 403 mil em 2004 para 467 mil no ano seguinte e 617 mil em 2007, segundo a Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar da Secretaria de Saúde.

No distrito de Engenheiro Marsilac, na zona sul de São Paulo, as crianças da Creche Dona Alexandrina Vitória da Silva sofrem com surtos de doenças diarreicas e hepatite A por causa da falta de redes de esgoto e de água. Mesmas doenças que infectam alunos da Escola Estadual Professora Regina Miranda Brandt de Carvalho, que fica na frente da creche. Em todo o bairro há cerca de 2 mil pessoas. Casas, comércios e prédios públicos usam fossas para conter os dejetos produzidos.Fonte: O Estadão

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Companhia alega que cria parcerias com prefeituras para ampliar rede

A Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) alega que desenvolve várias ações com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e com prefeituras. As parcerias são feitas para implementar e regularizar a coleta e o tratamento de esgoto em regiões de fundos de vale e próximas de mananciais, e o objetivo é "preservar os recursos hídricos e melhorar de qualidade de vida da população local". LEIA MAIS



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