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19 de outubro de 2013

FIM DA DENGUE PODE ESTAR PRÓXIMO

Descoberta pode contribuir para 

interromper transmissão da dengue

Cientistas descobriram uma ligação genética entre o mosquito hospedeiro e o vírus da dengue que determina a transmissão da doença. Com o resultado, a pesquisa feita por franceses e tailandeses pode criar métodos para interromper o ciclo de contaminação no seu início e, assim, diminuir os casos de dengue.
A estudo feito pelo Instituto de Pesquisas de Ciências Médicas das Forças Armadas (Afrims), em Bangkok, juntamente com o Instituto Pasteur, em Paris, revelou que os mosquitos são sensíveis a uma determinada estirpe do vírus e, ao mesmo, tempo resistente a outras. Os cientistas esperam que a descoberta leve a novos medicamentos para controlar a dengue e, no futuro, a produção de mosquitos transgênicos mais resistentes ao vírus.
“Apesar de termos algumas indicações de que essas interações genéticas ocorrem, elas nunca foram mapeadas nos cromossomos do mosquito. Portanto, ainda temos uma vaga ideia de onde essas interações específicas estão fisicamente localizadas”, diz Louis Lambrechts, um dos pesquisadores responsáveis.
Globalização da dengue - O Afrims criou 20 mil fêmeas do mosquito por semana especialmente para a pesquisa. Diferente do mosquito transmissor da malária, o Aedes aegypti prefere as regiões urbanas e locais onde a água se acumula.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), por ano, mais de 100 milhões de pessoas no mundo são contaminadas com o vírus da dengue. Essa doença é uma epidemia em mais de 100 países tropicais. Mas com as mudanças climáticas e a globalização, ela começa aparecer em regiões de temperaturas mais moderadas.
No Brasil, a última grande epidemia foi registrada em 2010, com cerca de 4 mil municípios infestados. Os sintomas da dengue são parecidos com o de uma gripe forte, porém com dores nos ossos e articulações que duram semanas. Em 5% dos casos, o vírus pode ser mais perigoso e levar à morte.
Polêmica com mosquito transgênico – O próximo passo do estudo é fazer um mapeamento dos fatores genéticos que determinam a dengue em mosquitos. Lambrechts acredita que a pesquisa irá ajudar outros cientistas a interromper completamente o início do ciclo de transmissão da doença.
“Muitas estratégias consistem em interromper o ciclo da dengue no hospedeiro humano, por exemplo, com o desenvolvimento de vacinas e medicamentos. Mas outras pretendem interromper a transmissão no inseto. Os nossos pesquisadores podem abrir novas perspectivas para essa última”, diz Lambrechts.
Contudo, para isso, é necessário a criação de mosquitos transgênicos resistentes à doença. Essa ideia já está sendo desenvolvida por uma empresa britânica. Mas ela é alvo de críticas devido à insuficiência de pesquisas.
Como os atuais mosquitos estão ficando mais resistentes a pesticidas, os governos estão mais abertos a ideias controversas. “Muitos pesquisadores estudam o aspecto genético para o controle da dengue, mas há muitos problemas. Em alguns países não é permitido a liberação de mosquitos geneticamente modificados. E, mesmo se tivéssemos um bom modelo e técnica, ainda demoraria cerca de 10 anos antes de podermos aplicá-la”, afirma Alongkot Ponlawat, um dos diretores de pesquisa do Afrims.
Vacina quase pronta – Outra ideia é o desenvolvimento de vacinas que previnam não só pessoas de serem infectadas, mas também os mosquitos. “Mosquitos se alimentam de sangue humano. Se uma vacina que bloqueia a transmissão for criada e as pessoas forem tratadas com esse medicamento, você pode interromper a transmissão do vírus do humano para os mosquitos”, afirma Lambrechts.
Em 2014, uma vacina para a dengue pode ser liberada. No Brasil, desde 2006, o Instituto Butantan está pesquisado esse método. Mas a maioria dos cientistas concordam que uma abordagem diversificada é ideal para controlar a dengue.
Na Tailândia são usados métodos naturais e tradicionais, como a mistura de capim cidreira e água que atrai o mosquito e mata suas larvas depositadas nessa água. “Quando coletamos as larvas, os recipientes com capim cidreira estavam cheios. É muito eficiente”, diz Ponlawat.
Além disso, um peixe que come as larvas também é usado no combate à dengue. Mas o pesquisador alerta que os peixes não devem ser colocados em recipientes com água que será consumida. (Fonte: Folha.com)
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SERÁ O FIM DA DENGUE? (FAPESP)


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