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14 de junho de 2014

BAIXA QUALIDADE DAS ÁGUAS DO RIO JAÚ (SP) FOI DETECTADA PELA CETESB

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“O coordenador do curso de meio ambiente e recursos hídricos da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Jaú, Jozrael Henriques Rezende, comenta que o Rio Jaú sofre influência do Tietê, que possui alta carga poluidora vinda da capital do Estado. “O esgoto doméstico no Rio Jaú tem diminuído muito nos últimos anos pelo fato de cidades como Dois Córregos, Jaú e Mineiros do Tietê terem tratamento adequado do esgoto. Em compensação, o rio acaba recebendo muitos poluentes do Tietê”, explica Rezende. “...Outro fator que causa pior situação em relação à proteção da vida aquática é a falta de mata ciliar no Rio Jaú. Os fertilizantes químicos e agrotóxicos, usados na agricultura, também acabam poluindo o rio por meio das chuvas...”
Para a economista Amyra El Khalili, a quem não foi solicitada análise específica de Jaú, a gestão das águas precisa ser tratada como prioridade pelos agentes públicos e privados (leia texto).”

Jornal Comércio do Jahu
08/06/2014

Mesmo com esgoto tratado, Rio Jaú tem qualidade baixa

Ausência de mata ciliar é fator que contribui para condições ruins de vida aquática, analisada pela Cetesb

Por João Guilherme D´Arcadia e Flaviana de Freitas 
O terço final do Rio Jaú reúne poucas condições para a existência de vida aquática. É o que revela estudo divulgado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) – o relatório Qualidade das Águas Superficiais, que tem como base indicadores de 2013. O trecho do rio que foi estudado – e mal avaliado – é justamente o leito urbano, que corta Jaú dos Jardins Sempre Verde ao São José e desemboca no Rio Tietê.

O chamado Índice de Proteção da Vida Aquática (IVA) foi elaborado para fomentar a preservação dos rios paulistas (leia texto). Na região, enquanto o Jaú e o Tietê têm indicadores ruins, as águas do Jacaré-Pepira, que passa por Torrinha, Brotas e Bocaina, têm parâmetros ótimos ou bons.

A situação do Jaú é peculiar porque, desde 2010, 100% do esgoto produzido na sede do Município é tratado – o que indica que outros fatores contribuem para as condições precárias de vida aquática.

O coordenador do curso de meio ambiente e recursos hídricos da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Jaú, Jozrael Henriques Rezende, comenta que o Rio Jaú sofre influência do Tietê, que possui alta carga poluidora vinda da capital do Estado.
“O esgoto doméstico no Rio Jaú tem diminuído muito nos últimos anos pelo fato de cidades como Dois Córregos, Jaú e Mineiros do Tietê terem tratamento adequado do esgoto. Em compensação, o rio acaba recebendo muitos poluentes do Tietê”, explica Rezende.

Outro fator que causa pior situação em relação à proteção da vida aquática é a falta de mata ciliar no Rio Jaú. Os fertilizantes químicos e agrotóxicos, usados na agricultura, também acabam poluindo o rio por meio das chuvas.
“Sem a mata ciliar, os sedimentos vão todos para o fundo do rio, o que acaba diminuindo o oxigênio existente na água e prejudicando as condições para a vida aquática. Além disso, a bacia do rio é muito utilizada do ponto de vista agrícola, então, tem acúmulo de elementos como nitrogênio e fósforo, que causam proliferação de bactérias”, ressalta Rezende.

Rejeitos
A carga poluidora lançada nos rios e córregos da região varia conforme a presença ou ausência de equipamentos públicos de tratamento de esgoto. O Índice de Coleta e Tratabilidade de Esgotos da População Urbana de Municípios, que também consta do relatório da Cetesb, aponta situação preocupante em Itapuí, que não trata o esgoto.
Em Jaú, mesmo com 100% de tratamento dos rejeitos domésticos na sede, a falta de estrutura no Distrito de Potunduva e nos bairros rurais contribui para o despejo diário de 440 quilos de matéria orgânica (veja quadro).

O gerente da Cetesb em Bauru, Alcides Tadeu Braga, considera que a região tem indicadores satisfatórios. “Dos 29 municípios que a Cetesb administra, apenas sete não tratam esgoto, e todos têm projetos em andamento. Jaú está em uma condição muito boa, o que precisa é fomentar o tratamento no distrito”, menciona.
Para a economista Amyra El Khalili, a quem não foi solicitada análise específica de Jaú, a gestão das águas precisa ser tratada como prioridade pelos agentes públicos e privados (leia texto).

Objetivo é fazer correções
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), ao fazer o relatório Qualidade das Águas Superficiais 2013, tem como principal objetivo avaliar a água no Estado de acordo com a legislação ambiental, permitindo que ações preventivas e corretivas sejam aplicadas.

Para a Cetesb, é importante subsidiar o diagnóstico e controle da qualidade das águas doces utilizadas para o abastecimento público, verificando se suas características são compatíveis com o tratamento existente, bem como para seus usos múltiplos.
O Índice de Proteção da Vida Aquática (IVA) leva em conta a situação da água em relação ao equilíbrio do ecossistema para que os animais permaneçam em condição de sobrevivência. Para isso, é necessário que haja níveis ideais de oxigênio nos rios e baixa contaminação da água.

A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) corresponde à quantidade de oxigênio necessária para ocorrer a oxidação da matéria orgânica biodegradável sob condições aeróbicas. Quanto maior a DBO, maior a contaminação do rio.
Ao elaborar estas metodologias, o objetivo do relatório é identificar se as águas estão devidamente tratadas não apenas para uso humano, mas também para manutenção do equilíbrio do ecossistema. Assim, ações corretivas podem ser aplicadas pelo poder público para melhorar a qualidade da água. (FF)

Obra em Itapuí custa R$ 8,5 mi
Única cidade da região a não tratar nada do esgoto produzido, Itapuí caminha para a universalização do serviço nos próximos dois anos. O município terá Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), construída pelo governo do Estado, ao valor de R$ 8,57 milhões.

A empresa KMG Construtora e Engenharia Ltda., de Marília, foi classificada em primeiro lugar na concorrência aberta pela prefeitura – o processo está no Departamento Jurídico da administração.
Segundo o prefeito José Eduardo Amantini (PSDB), após a contratação da empresa, a obra terá duração de 26 meses.

Paralelamente à construção da ETE, a prefeitura contratou empresa para efetivar a rede de coleta de esgoto no Balneário Mar Azul, que possui fossas sépticas. Em torno de 510 instalações serão feitas – o poder público aplicou R$ 50 mil de contrapartida.
“O próximo desafio será o Jardim Primavera, que já é um bairro pavimentado, e que por isso a rede de esgoto custará o dobro”, menciona Amantini. (JGD)

Brotas faz turismo ecológico
O Rio Jacaré-Pepira é considerado um dos mais bem preservados do Estado e, de acordo com a Cetesb, possuiÍndice de Proteção da Vida Aquática (IVA) entre ótimo e bom. O rio tem bons indicadores por receber baixa quantidade de esgoto dos municípios.
O prefeito de Brotas, Orlando Pereira Barreto Neto (PSL), comenta que a cidade tem Estação de Tratamento de Esgoto desde 1988 e que foi uma das primeiras a ser instalada no Estado. Desde então, o esgoto é 100% tratado, o que garante que o rio não seja poluído.

“Além disso, houve processo de recuperação da mata ciliar e conscientização das pessoas para não poluir o rio. Também houve implementação da fiscalização do rio, por meio de guardas municipais. Todas estas ações realmente deram resultado”, ressalta.
Para o prefeito, a fiscalização é necessária para que a qualidade da água do rio permaneça. “Caso vejamos depósito de lixo no rio, chamamos o proprietário e fazemos Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para evitar que a irregularidade ocorra mais vezes”, acrescenta Barreto Neto. (FF)

Palavra de especialista
“Os recursos ambientais eram tidos como algo que não era escasso, a percepção sobre a escassez de água, por exemplo, só vem quando falta na torneira. Ninguém se dá conta que um rio pode secar. Outro grande erro é pensar que, ao falarmos em água, estamos falando em abastecimento, mas não é só isso. Há muito tempo denuncio que a água é uma questão emergencial e que o debate sobre a gestão hídrica deveria ser uma prioridade das agendas de políticas públicas. A água é um bem difuso de uso público, mas ela também exerce um papel social, um papel espiritual, que deve ser preservado. Há ainda outro risco, fora a negligência da iniciativa privada, do poder público ou do cidadão: a pressão do mercado financeiro sobre a água, que em alguns países já é uma realidade.”
Amyra El Khalili é economista e idealizadora do Projeto Bolsa Brasileira de Commodities Ambientais

Prainha: água ideal, mas área degradada
A prainha de Igaraçu do Tietê tem classificação excelente, de acordo com o relatório Qualidade das Águas Superficiais 2013. Em 100% do ano, a água do local é considerada própria para banhistas, conforme análise da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

Em 2012, a prainha também teve classificação excelente. Nos anos anteriores, em 2010 e 2011, entretanto, suas águas foram consideradas impróprias em até 25% do tempo. Ainda assim, o resultado para a prainha de Igaraçu do Tietê é satisfatório.

A qualidade da água vai contra a situação geral do local, que está poluído e tem reclamações dos usuários. Conforme matéria publicada pelo Comércio em janeiro deste ano, banhistas consultados pela reportagem pediram atenção do poder público em relação à sujeira.

A prainha não conta com lixeiras e usuários atiram no chão restos de alimentos, embalagens plásticas, papéis e até seringas. A Cetesb avaliou ao longo de 2013 a balneabilidade do local, que considera a qualidade das águas destinadas à recreação de contato, com possibilidade elevada de ingerir quantidades consideráveis de água.
Segundo o site da Cetesb, as águas do rio em Igaraçu foram consideradas como próprias para banho em todas as medições do ano, com exceção da última, em que houve impropriedade. (FF)


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